quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A Coruja


Observo intensamente enquanto os animais caminham pela floresta
Gosto de pernoite, gosto da penumbra, gosto de ver pela aresta
Não que eu queira ser excepcional, eu nasci assim, sensacional
Prova de que multiforme graça nunca se viu igual
Nos galhos, nas copas, dando meus rasantes vou
Enquanto todos dormem, eu posso sentir onde estou
Onde estou? Onde estou? Na floresta, na floresta
Bem ou mal todos dormem, devido a sua grande destra
Ser diferente, especial, às vezes cansa, animal
Sozinha entre verdes estonteantes, ai ai, mas que boçal
Recuo minhas asas e sento na árvore mais alta para delirar
Surto certo naqueles que querem entender o mundo sem de ti lembrar
Como posso ter olhos grandes? Sem turno? Sem objetivo a não ser olhar?
Encurvada em meios aos trejeitos de uma pobre coruja a cantar
Que cantar? Não sou um sabiá e nem sei o que isso é, pois é...
Instinto que falha a cada respirar, ah Deus, ainda bem que és
O relampejo de ontem, o orvalho de hoje e a comida de amanha.
Estando na floresta e sendo animal.... uau... um tufo de lã
Cada coisa que encontro nesse recinto, ainda bem que de você sinto
Vontades e refreios, na medida em que alço voo
Ser interessante eu, uma coruja, que pouca coisa sabe fazer
Mas, de poucas dessas ou muitas daquelas, todas tem algo em comum
Reconhecem que do alto, há aquele que disse tudo ser

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